O Brasil alcançou 512.353 casos prováveis de dengue, de acordo com os dados do Ministério da Saúde divulgados segunda-feira (12). Apenas neste ano, 75 mortes foram confirmadas pela doença e outras 340 estão em investigação. O estado do Rio de Janeiro registrou quase 40 mil suspeitas de dengue (39.311 casos notificados) e três mortes, entre janeiro a 12 de fevereiro deste ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. No último levantamento, eram 25.136 casos, ou seja, um acréscimo de 14.175 registros – 56% em apenas uma semana.
Além do alto número da doença, a possibilidade do retorno do sorotipo 3 também preocupa bastante, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) Regional RJ, Luiz José de Souza. Isso porque ele circulou em 2002 e a *maioria da* população, *especialmente até 30 anos esta mais suscetível a este sorotipo*.
A Sociedade Brasileira de Clínica Médica estabeleceu um protocolo orientando o atendimento ao paciente com suspeita de dengue. (Veja no final da matéria).
Luiz José explica que, embora seja uma doença bastante conhecida, por ter sintomas semelhantes, às vezes acaba confundida com outras viroses. O presidente da SBCM- Regional RJ destaca o tratamento precoce e diagnóstico diferencial como forma de evitar mortes.
No início dos sintomas, aparecem febre, dor de cabeça retroorbitária – em cima dos olhos, que é algo típico da dengue. Além disso, mialgia (dor intensa pelo corpo) e prostração intensa, perda do apetite, náuseas, vômitos, dor abdominal, prurido, diarreia e lesões exantemáticas (manchas vermelhas pelo corpo). O médico destaca a importância de hidratar o paciente e tomar analgésico – cuja preferência é dipirona – logo no início.
– O grande sucesso no tratamento da dengue é o diagnóstico preciso e precoce, associado à reposição volêmica adequada no início dos sintomas -, ressalta o médico, acrescentando: “Fazendo isso, você vai evitar que este paciente evolua para o choque. Temos que ter um cuidado especial com crianças e pacientes idosos, estes últimos têm as comorbidades e outras patologias”.
O diagnóstico é muito importante, as condutas são importantes, assim como o tratamento: “A Dengue é uma doença que tem que ter cuidado porque nós, provavelmente, vamos enfrentar uma epidemia e temos que estar treinados para termos os cuidados adequados com os pacientes. Chamo a atenção para o diagnostico diferencial, ter história adequada do paciente para levantar a hipótese de outras doenças, como citamos anteriormente, exames e treinamento. Nosso principal foco é evitar óbito é o que temos para trabalhar para isso”, concluiu o presidente da SBCM- Regional RJ.