As obras da Fase 1 do Porto Central, em Presidente Kennedy, região Sul do Espírito Santo, terão início nesta semana, marcando o ponto de partida para um complexo portuário estratégico para o Estado. As obras começam nesta quarta-feira, dia 4.
O anúncio foi feito na manhã de segunda-feira (2). Liderado pela TPK Logística e Polimix, o projeto ocupa uma área de 2 mil hectares, com investimento total estimado em R$ 16 bilhões (US$ 2,9 bilhões).
A primeira etapa das obras será a retirada de vegetação em uma área de aproximadamente 65 hectares, parte dos 2 mil hectares licenciados para o projeto.
Essa fase inicial, com custo de R$ 2,9 bilhões, está prevista para terminar em dezembro de 2027, quando começam as operações. Segundo Jessica Chan, gerente comercial do Porto Central, as primeiras operações serão para o transbordo de petróleo.
Essa operação consiste na transferência do produto por meio de mangotes (mangueiras especialmente fabricadas para escoamento de líquidos viscosos), entre dois navios atracados.
Com uma área de 2.000 hectares, cerca de 100 estádios do Maracanã, o Porto possui profundidades marítimas de até 25 metros, e 54 berços destinados a operações que vão além do setor de petróleo e derivados.
O projeto foi planejado para acomodar terminais e indústrias multipropósitos, incluindo movimentação e armazenagem de granéis líquidos (como bunker e combustíveis), granéis sólidos, grãos, fertilizantes, minerais, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e estaleiros.
Jéssica Chan afirmou que o Porto foi pensando para ir além das demandas de granéis líquidos (produtos como água, combustível (petróleo, diesel, etanol e gasolina, óleos vegetais e sucos).
“O Porto Central já planeja os próximos passos para se firmar como um polo estratégico no setor portuário brasileiro. Além do transbordo de petróleo previsto na Fase 1, o porto está preparado e licenciado para futuras expansões e diversificação de operações. Estamos avançando em negociações e estudos técnicos para novos terminais, incluindo um estaleiro para descomissionamento e reciclagem sustentável de navios, em parceria com a M.A.R.S, e um hub de contêineres com capacidade para receber embarcações de até 25.000 TEUs”, explicou Jéssica Chan.
Impactos ambientais
Desde 2020, o Porto Central tem realizado ações para compensar os impactos do empreendimento, como o plantio de mais de 12 mil mudas de espécies nativas em áreas de preservação, com a meta de alcançar 100 mil mudas até o fim da Fase 1, no final de 2027.
O cronograma do projeto inclui etapas como a remoção da vegetação, obras de terraplanagem, construção do canteiro de obras e transporte de rochas para o quebra-mar sul.
Também serão realizadas a instalação de estruturas de concreto e a dragagem do canal de acesso. Um dos destaques desta fase é o uso do Programa de Dragagem Adaptativa (PGDA), tecnologia inédita no Brasil que busca reduzir os impactos ambientais nas obras marítimas.
O plano ambiental também inclui o resgate de fauna terrestre, iniciado em novembro de 2024, com apoio de instituições como o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), campus Alegre. As espécies resgatadas estão sendo realocadas em áreas protegidas.
Reconhecido como projeto prioritário no Espírito Santo e incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, o Porto Central destaca-se por sua localização estratégica no centro da costa brasileira, próxima às bacias do pré-sal, mercados importantes e principais rodovias e ferrovias.