O Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Estabelecimentos de Serviço de Saúde da Região Norte Fluminense (SINDHNORTE) divulgou nota, nesta terça-feira, 6, contestando afirmações de representantes da secretaria de Saúde de Campos. Semana passada, em entrevista à Record TV, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Arthur Borges, alegou que a rede contratualizada, formada por quatro unidades, recebe por ano cerca de R$ 200 milhões. Enquanto as unidades próprias do município estão com orçamento de R$ 180 milhões.
Em resposta à entrevista e à Nota Pública divulgada por essa mesma Secretaria, o SINDHNORTE divulgou a seguinte nota:
O orçamento anunciado de R$ 180 milhões, destinado à gestão do Hospital Ferreira Machado, Hospital Geral de Guarus (HGG), Hospital São José e das Unidades de Pronto Atendimento (UPHs), não especifica de forma clara se inclui os custos com a folha de pagamento dos servidores da rede própria. Informações extraoficiais apontam que apenas a folha do HGG ultrapassa R$ 6 milhões mensais — sem considerar os demais hospitais e unidades —, o que inviabiliza a comparação direta entre os custos de operação das diferentes unidades hospitalares.Além disso, é fundamental destacar que os hospitais filantrópicos e demais unidades contratualizadas apresentam uma taxa de resolutividade próxima de 80%, enquanto a rede própria atinge, em média, apenas 20%. Do ponto de vista econômico, está comprovado que os serviços prestados pela rede contratualizada são até quarto vezes mais eficientes em termos de custo quando comparados aos da rede própria.Outro ponto de preocupação é que os hospitais filantrópicos estão há dois meses sem receber os repasses municipais referentes à complementação da tabela SUS, conforme previsto em contrato. O último pagamento efetuado corresponde à competência de janeiro de 2025. Além disso, a tabela de complementação municipal está sem reajustes desde 2017, agravando o desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos e comprometendo a continuidade da assistência à população.No dia 05/05/2025, a Secretaria Municipal de Saúde solicitou a emissão das notas fiscais relativas ao mês de fevereiro e de parte das faturas administrativas dos meses de janeiro e fevereiro, referentes a procedimentos contratados, mas não contemplados na tabela SUS. Apelamos para que esses pagamentos sejam realizados com a máxima urgência.Por fim, quanto aos valores pagos nos últimos quatro anos, destacamos que todos decorrem de serviços médicos efetivamente prestados à população. Excetuando-se as maternidades, os atendimentos foram realizados mediante encaminhamentos da própria Prefeitura. Comentários que colocam em dúvida a correta aplicação desses recursos geram desinformação e injustamente minam a confiança na atuação das instituições envolvidas. A nossa contribuição para o funcionamento da saúde em Campos decorre justamente da dificuldade do município em oferecer, sozinho, a assistência devida à população.Embora parte da dívida tenha origem em gestões anteriores, é importante frisar que a parcela da atual gestão não é insignificante. Qualquer valor em aberto compromete a qualidade do atendimento oferecido à população.Por isso, clamamos por diálogo. Somente com entendimento e cooperação será possível superar os desafios atuais da saúde em nosso município.