Se alguém achou que as tratativas entre a Prefeitura de Campos, anunciada na noite dessa quinta-feira, 22, pelo prefeito Wladimir Garotinho e a Enel poderia interferir ou até amenizar os trabalhos da CPI da Enel, que tramita no Legislativo, a resposta é não. É o que garante o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara de Vereadores, Nildo Cardoso:
“São poderes distintos. O prefeito estava tratando de melhorias para as 500 mil pessoas de Campos e sobre uma possível dívida que a Prefeitura teria com a empresa. Isso não é problema nosso. Conosco é entre a Câmara e a empresa, com as reclamações que recebemos e com os óbitos que estamos apurando e que também não são de competência do Executivo. É da Polícia Civil, do MP e da CPI. E nós estamos apurando a prestação de serviços. A pendência que a empresa tem com a prestação de serviços é competência da CPI. Este é um problema exclusivamente da CPI e vamos dar continuidade ao nosso trabalho”.
Nildo deve deixar a Câmara para assumir a secretaria de Abastecimento, Aquicultura e Pesca, que irá conduzir a implantação do Ceascam. Mas garante que só irá se afastar da Casa pelo menos até concluída a investigação dos óbitos e demais reclamações já apuradas.
O prefeito Wladimir Garotinho recebeu, nessa quinta-feira (22), o presidente da Enel Brasil-RJ, Francesco Moliterni, e sua equipe. Na pauta, melhoria dos serviços prestados pela concessionária, renegociação de débitos da Prefeitura e apoio a projetos culturais e esportivos do município e ainda apoio para plantio de espécies da Mata Atlântica no Parque Ecológico.
Em abril, começou a tramitar na Câmara a CPI da Enel, com prazo de 180 dias para conclusão dos trabalhos. Além de Nildo Cardoso, a CPI é composta pelo vice Dudu Azevedo (Republicanos), relator Diego Dias (PDT) e Kassiano Tavares (PP) e Thamires Rangel (PMB), secretários.
No início de maio, Rodrigo da Silva Rodrigues, de 25 anos, e Carlos Eduardo Muniz Ribeiro, de 36, morreram após a queda de um fio de alta tensão na Rua Dois, no bairro Parque Boa Vista, em Guarus, Campos dos Goytacazes. A tragédia aconteceu em frente a uma creche municipal.