No ano em que o Brasil ganhou seu primeiro Oscar através do filme Ainda Estou Aqui, Campos dos Goytacazes vai entrar no roteiro das grandes produções audiovisuais. De 19 a 24 de agosto, a cidade vai sediar o I Festival Internacional Goitacá de Cinema, quando o público terá acesso a mais de 50 filmes, distribuídos em vários espaços. O Festival promete movimentar, além da cultura, a economia da região com hotelaria, turismo, geração de empregos, incremento do setor gastronômico, entre outros. Para se ter uma ideia, com 40 mil habitantes, Gramado, no Rio Grande do Sul, recebe 300 mil pessoas e movimenta R$ 40 milhões com seu tradicional festival internacional (dados apresentados nesta sexta-feira, 4, à imprensa)
Com tema “Preservar e formar para o futuro”, o Festival vai homenagear nesta primeira edição a atriz campista, reconhecida internacionalmente, Zezé Motta. Na apresentação à imprensa, houve um chamamento a “potenciais parceiros que queiram agregar e juntar vozes que possam ecoar em defesa do cinema brasileiro”, como explicou o diretor do evento Fernando Sousa.
Ele destacou a importância de um desenvolvimento regional pautado na economia criativa e do audiovisual “para além das outras economias que são fundamentais para a região”.
– A gente pensa o Festival como polo fundamental na geração de novos postos de trabalho, no aquecimento de diferentes atividades que compõem a economia criativa e o papel central que o audiovisual pode e deve desempenhar – lembrou.
O Festival é uma realização do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, e da Quiprocó Filmes. A Embratur, representada na coletiva pela ex-prefeita de Quissamã e assessora do órgão no Estado do Rio, Fátima Pacheco, trouxe uma notícia importante: “O presidente Marcelo Freixo me confirmou que a Embratur será parceira do Festival”, anunciou.
– O Brasil aumentou em 55% este ano a visitação do turista internacional, sendo o Rio um dos principais destinos. E ele vem em busca de nossas praias, gastronomia, cultura e história gerando emprego e renda… Iniciativas como esta são fundamentais – afirmou Fátima.
Presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC), Maurício Cabral, que compôs a mesa, propôs o lançamento do Selo Empresa Amiga da Cultura, com objetivo de atrair empresas a reservar parte do imposto para fomentar a cultura. A ideia foi abraçada por Fernando Sousa, que sugeriu o lançamento oficial do Selo durante a abertura do 1° Festival Internacional Goitacá.
O discurso de Cabral foi acompanhado pela secretária de Turismo de Campos, Patrícia Cordeiro, que ressaltou ter recebido do prefeito Wladimir Garotinho a missão de fazer a interlocução da organização do Festival com o poder público municipal.
Durante seis dias a cidade irá respirar cinema, com filmes distribuídos em várias locações – já estão confirmados o Cine Darcy, na Uenf, e a Casa de Cultura Villa Maria – e cinco mostras competitivas – Mostra Competitiva Brasileira, Competitiva Internacional, Mostra Zezé Motta, KBrunquinho e Olhares da Planície. No período acontecerá de modo simultâneo o Seminário de Cinema e Audiovisual do Norte e Noroeste Fluminense. O Troféu Kbrunco, de premiação aos vencedores, está sendo criado pelas artesãs do Caminho do Barro, projeto existente na Uenf.